“Vergonha! Vergonha”, gritavam os participantes, recusando-se a deixar a avenida 17-Junho, a longa artéria que começa no Portão de Brandenburgo e onde eles começaram a se concentrar pela manhã.
Esses manifestantes, que respondem ao apelo de um coletivo heterogêneo chamado “os livres-pensadores”, acusam o governo de Angela Merkel de querer estabelecer uma “ditadura”.
Desde o início de novembro a Alemanha aumentou as restrições na tentativa de conter a segunda onda de contaminação por coronavírus.
Este encontro ocorre também em um momento em que as duas câmaras do Parlamento (Bundestag e Bundesrat) devem adotar durante o dia uma reforma que integra na legislação nacional uma bateria de medidas para combater a propagação do vírus, como o respeito ao distanciamento social ou ao uso da máscara.
Em grupos de discussão online, alguns opositores das medidas não hesitam em comparar essa reforma com a lei de plenos poderes concedidos a Adolf Hitler em 1933, apenas dois meses após sua ascensão à chancelaria.
As comparações despertaram a ira de alguns líderes políticos, principalmente do vice-chanceler Olaf Scholz e do ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas.
Na manifestação desta quarta-feira, alguns seguravam cartazes em forma de fotomontagem mostrando Angela Merkel em trajes de presidiária, riscada com a palavra “culpada”.
As autoridades alemãs haviam proibido a realização dessa manifestação em frente ao Reichstag, o edifício que abriga a Câmara dos Deputados (Bundestag), por medo de incidentes violentos.
Em 7 de novembro em Leipzig, na ex-Alemanha Oriental, uma manifestação semelhante, reunindo mais de 20.000 pessoas, terminou em violência e gerou um acalorado debate sobre a permissão ou não de tais reuniões em meio a medidas coercivas de saúde.
Outro desfile, em Frankfurt neste sábado, também resultou em confrontos.
Fonte: www.istoedinheiro.com.br
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