CRISE NA GRÉCIA AFETA A ECONOMIA CHINESA E A ECONOMIA BRASILEIRA TAMBÉM PODE SOFRER

A Grécia decidiu pelo "não" ao acordo com os credores internacionais, em plebiscito votado neste domingo (05/07), o que pode resultar na quebra do sistema bancário grego e a saída do país da zona do Euro, com a volta de uma moeda própria. A preocupação é de um possível efeito dominó, com outros países em dificuldades orçamentárias seguindo o mesmo caminho o que ultimamente significaria o fim do Euro, com implicações econômicas e políticas explosivas.

Talvez os efeitos de uma eventual saída da Grécia do Euro sejam superestimados e o contrário pode acontecer: o bloco demonstrar que as regras de disciplina fiscal são para valer e todos devem segui-
las. A ser confirmada tal perspectiva veríamos uma oscilação dos mercados com posterior normalização. Claro que uma Europa machucada pela crise econômica e somente nos últimos semestres apresentando sinais mais sólidos de recuperação deixa o cenário ainda mais incerto.

Mesmo assim, percebo que o maior foco de tensão para o mercado financeiro global está no Oriente, mais especificamente na China. Passou despercebido um crash no mercado chinês nas últimas semanas. O principal índice do país, o Shangai Stock Exchange Composite Index caiu praticamente 30% desde o seu topo em 5200 pontos em meados de junho depois de uma alta fortíssima iniciada em julho do ano passado, quando o índice estava em 2000 pontos.

Antes de entrar nos detalhes que vão deixar qualquer leitor preocupado (ou esfregando as mãos com a possibilidade de operar na ponta vendedora), temos que lembrar que o mercado chinês está longe de ser normal. O Partido Comunista controla com mão de ferro o sistema financeiro. No caso do mercado de ações, existem dois tipos de ações, as do tipo A e as do tipo B. Ações tipo A são reservadas apenas para chineses operarem e para investidores externos que entrem num programa de investidor qualificado, o QFII e o seu irmão mais novo, o RQFII para que os mesmos investidores possam fazer hedge das posições com a moeda chinesa, o Renminbi, cuja unidade básica é o Yuan. As ações do tipo B podem ser operadas livremente por estrangeiros e são cotadas em dólares americanos ou dólares de Hong Kong, mas na prática tem baixíssima liquidez.

Mesmo os investidores estrangeiros que recebem a qualificação para participar desses programas tem que cumprir regras que impões dificuldades de saída de posições, pois existem cotas máximas de investimento e desinvestimento. Sem contar que essas regras podem mudar da noite para o dia ao bel prazer de um governo central autoritário.

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Para deixar a situação ainda mais complexa, existem ações listadas na China nas duas principais bolsas, Shangai ou Shenzen e outras bolsas offshore, como Hong Kong, Londres ou Nova Iorque, cada uma com regras específicas. Para os investidores estrangeiros que queiram acessar esses mercados são utilizados ETF's (fundos negociados em bolsa) com diferentes estruturas. A maioria desses fundos utilizam ações listadas fora da China que tem apresentado volatilidade menos que as ações tipo A. Recentemente alguns ETF's utilizam ações tipo A ou derivativos para reproduzir a mesma variação de preço desses instrumentos, oferecendo um certo desafio de avaliação para quem quiser operar nesse mercado.

Voltando a questão da alta recente das ações chineses com posterior queda, temos vários sinais preocupantes.

1- O próprio movimento em si de alta de mais de 100% em pouco menos de um ano com posterior queda de 30% demonstra um mercado selvagem, ainda mais quando esse movimento é produzido na contramão dos fundamentos econômicos, com desaceleração significativa nos últimos meses.

2- A mistura de vastos recursos com decisões centralizadas de um governo totalitário é explosiva. Temos observado sucessivas injeções de liquidez num mercado imobiliário que claramente foi longe demais, com uma coleção de cidades fantasmas e a mesma coisa agora sendo feita no mercado de ações, que já é muito alavancado.

3- O número de investidores individuais mais que dobrou em 12 meses, de 40 milhões para 90 milhões. Ironia do destino, hoje existem mais especuladores na China que membros do Partido Comunista, que somam 81 milhões.

4- Operar o mercado de ações virou uma febre na China. É o assunto mais comentado na internet do país hoje.

5- Novamente, num país onde fazer perguntas erradas pode levar alguém a cadeia, é muito difícil saber a real situação financeira. O que sabemos com certeza é que decisões centralizadas por pequenos comitês não costumam ser as melhores, atendendo mais a grupos políticos específicos do que a racionalidade.

6- Outros mercados realmente livres demonstram todo o desaquecimento chinês, como as principais commodities: petróleo, grãos, minério de ferro continuam com preços muito pressionados, apesar de alguma recuperação nos últimos dias , exatamente na expectativa de novos estímulos governamentais esperados para essa semana, como juros menores, injeção de liquidez e relaxamento de exigência de margem, além de uma moratória de IPO's e anúncio de compra de ações por parte das maiores corretoras do país.

Percebemos todos os sinais que podem levar em algum momento a um grande terremoto no mercado Chinês, com consequências muito mais graves para os mercados financeiros globais que a questão grega. O mesmo vale para a economia real.

É sempre muito difícil identificar o final de uma bolha. As vezes todas as peças estão posicionadas, mas o movimento de alta perdura mais tempo até a correção acontecer. Mas a primeira onda de choque, com uma queda de 30% já ocorreu. As super-poderosas autoridades chineses podem usar os seus recursos gigantescos para segurar o mercado por algum tempo e até oferecer belo repique nos próximos dias, mas não podem manter o mercado em alta para sempre.

A China tem 3.7 trilhões de dólares em reservas, conta com um parque industrial fortíssimo além de uma receita consistente de exportações. Mas ainda conta com indicadores sociais muito ruins saindo das grandes cidades e com um governo central autoritário, corrupto e ineficiente. No passado os EUA fizeram uma aposta arriscada: a abertura econômica traria a abertura política. Por enquanto esse não é o caso e em algum momento o arranjo atual baterá no teto, seja pela pressão popular por mudanças, seja pela sua própria ineficiência.

Talvez esse momento de decisão esteja mais próximo. Um colapso econômico pode trazer mudança política, para o bem ou para o mal. Para quem quiser operar China, muito cuidado com os diferentes tipos de instrumentos a disposição. Nos EUA, eu acompanho o maior ETF de China, o FXI, que é baseado em grandes empresas chinesas listadas fora da China, apresentando menor volatilidade.

Para acompanhar mais de perto a bolha das ações classe A que os chineses realmente operam há um ETF menos líquido, o PEK.

Importante mencionar que um dos países expostos ao risco China hoje é o Brasil. A bonança da década passada se deve em grande parte ao apetite chinês por commodities brasileiras. Agora o papel é inverso, com a queda forte do preço das commodities o Brasil tem que apertar o cindo no meio de uma crise política sem precedentes, com possível impeachment de um governo recém empossado.

Os próximos meses serão muito interessantes e lucrativos para quem sabe operar ativamente no mercado. Nesse caso duas dicas: aprendam a operar nas duas pontas do mercado, na compra e na venda. Aprendam a diversificar os seus trades e investimentos pelo mundo. A sua carteira agradece.

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